O caráter único de Cristo é visto dessa forma desde o início do Evangelho. João começa esta passagem no primeiro capítulo com o testemunho de João Batista, no qual ele dá a Jesus o primeiro lugar. Lemos em João 1:15:
“João testificou dele dizendo:” Este é o que eu costumava dizer: ‘Aquele que vem depois de mim é antes de mim, porque ele veio antes de mim.’
É possível que essas palavras signifiquem mais de uma coisa. Jesus era na verdade seis meses mais novo que João.
- João pode simplesmente querer dizer: “Ele é mais jovem do que eu”.
- João pode estar dizendo: “Eu era o centro do palco antes dele. Mas tudo o que estava fazendo era preparar o caminho para que ele viesse.”
- Pode ser que João esteja pensando em termos mais profundos, não em termos de tempo, mas de eternidade.
Este jogo enigmático pode ser visto nos diferentes sentidos das palavras “antes” e “depois” usadas pelo Batista.
Outro tradutor apresenta o mesmo versículo assim: “… Foi ele de quem eu disse: Aquele que vem depois de mim está acima de mim, porque foi antes de mim. (Léon-Dufour, 1997. Pág.100). Ele explica que em sua tradução prefere um senso qualitativo de superioridade: “ele está acima de mim”. Para João, o supremo ofício pertencia a Jesus.
Três grandes coisas
Esta passagem continua nos contando três grandes coisas sobre Jesus:
”De sua plenitude todos nós recebemos, e graça sobre a graça, pois a Lei foi dada através de Moisés, mas a graça e a verdade vieram através de Jesus Cristo.” (João 1:16-17).
O que esses crentes experimentaram? Eles “pegaram” alguma coisa. Descobrimos que todos participamos da plenitude da graça própria do único gerado por Deus!
- A palavra “plenitude” significa a soma total de tudo o que está em Deus. Lemos Colossenses 1:19; 2:9. Significa que em Jesus habitou a totalidade da sabedoria, poder e amor de Deus.
- De Jesus recebemos uma “graça sobre a graça”. O que significa essa frase?
A preposição traduzida “on” indica alguma relação entre duas entidades. Deve então ser entendido que uma primeira graça foi substituída por outra graça. Alguns disseram, “graça em vez de” ou “em vez de”.
O uso da palavra “on” nos dá a sensação de que haveria então um acúmulo de graças. De qualquer forma, a graça comunicada aos crentes está situada em relação a outra graça.
Você quer dizer a mensagem do Antigo Testamento, que compreende a Lei, e a do Novo Testamento,que vem de Jesus Cristo? - No prólogo do Evangelho de João sabemos sobre a primeira graça. É a da vinda universal da Palavra (A Palavra); o segundo é o dom completo da verdade por Jesus Cristo, a Palavra fez carne.
- Moisés e Jesus Cristo estão evidentemente em paralelo. Para o dom da Lei corresponde o dom da Verdade em Jesus Cristo. Entre os dois segmentos da sentença não há oposição, mas progresso. Está completo. revela completamente o que Deus queria comunicar a Israel desde sua eleição. A manifestação da graça de Deus pode ser vista de Gênesis.
Ponto de reflexão
- Moisés nos deu a Lei. Nos tempos antigos, a vida era governada por lei. Você tinha que fazer a coisa estabelecida, quer você gostasse ou não, quer você soubesse a razão ou não. Mas com a vinda de Jesus, não tentamos mais obedecer a lei de Deus como escravos, mas responder ao amor de Deus quando crianças, através de Jesus Cristo.
Como meu amor por Deus e meus irmãos se manifesta?
Há alguma dificuldade em responder à pergunta “Ponto de Reflexão”? - Vamos pensar no significado de “graça”. Uma compreensão do que recebemos nos ajuda muito.
Mais uma vez perguntamos: Qual é o significado de Graça?
Estávamos espiritualmente mortos; nós não merecemos nada, nós só merecemos a raiva; éramos rebeldes e obrigados a pecar. Significa que somos totalmente incapazes de nos salvar, de ajudar em nossa salvação, de fazer algo para merecer tudo ou parte de nossa salvação, ou para manter nossa salvação. Estamos totalmente salvos por um ato de vontade de Deus, e não fazemos nada para merecer isso de forma alguma. - Vamos resumir o que Paulo diz em Efésias 2:1-3
No entanto, apesar do nosso gosto pela ira, Deus exerceu Sua Graça sobre nós em Cristo. - Vamos resumir Efésias 2:4-10
Para uma melhor compreensão, devemos ler a carta inteira de Paulo aos crentes em Éfeso. Identificamos as seguintes referências:
Identificamos as bênçãos que a graça concede: |
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1:6 |
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1:7 |
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2:5/8 |
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2:7 |
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3:7/8 |
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4:29 |
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6:24 |
A graça aqui significa o favor de Deus, no “afeto puro de sua vontade fomos aceitos” (Efésias1:5), ou seja, pela Graça de Deus fomos salvos da culpa do pecado e sempre precisamos desse favor para estarmos continuamente livres do domínio do pecado: “Temos entrada por fé nesta Graça em que somos firmes” Graça é:
a – Perdão dos pecados – somos perdoados por Deus
b – “Graça” é uma palavra técnica para dizer os dons do Espírito.
O perdão é condicional.
Esta foi a mensagem de oração em Mateus 6. Esta foi a mensagem de oração em Mateus 6, e essa parábola nos lembra da forma como os pecados foram descritos como “dívidas” na Oração do Senhor. Deus perdoou livremente nossas dívidas; por isso também devemos perdoar.
”Portanto, se perdoar os homens suas ofensas, seu Pai celestial também vai perdoá-lo; mas se você não perdoar suas ofensas aos homens, nem seu Pai vai perdoá-lo suas ofensas. (Mateus 6:14-15)
Porque Deus perdoou todos os nossos pecados, não devemos negar perdão a ninguém. Quando não perdoamos, estamos nas margens e acima da lei do amor de Cristo. Paulo explica:
”Antes de serem gentis um com o outro, misericordiosos, perdoando uns aos outros,como Deus também te perdoou em Cristo.” (Efésias 4:32)
Identificamos nossa responsabilidade
A longa seção das “Benevolências” em Mateus 5:17-48 trata de uma única questão: como Jesus cumpre a Lei ou os Profetas.
O importante é que as várias seções não devem ser interpretadas isoladamente, independentemente do contexto. A seção começa com declarações gerais (vs.17-20) que podem ser divididas em duas partes: a primeira, Cristo e a lei (vs.17-18) e a segunda, a cristã e a lei (vs.19-20). Uma série de seis exemplos se seguem – raiva, adultério, divórcio, juramentos, vingança e amor em que os ensinamentos de Jesus são comparados ao que foi aceito como a lei do Antigo Testamento (vs.21-47). A seção termina com um resumo final (v.48).
A Lei e/ou os Profetas
Em vs.17-20, Jesus une a Lei e os Profetas, apresentando-se como o cumprimento de ambos. Mas vamos ver alguns detalhes. Jesus diz: ”Não pense que vim abolir a lei ou os profetas.” Por que ele diz… ou os profetas em vez de… e os profetas?
No Antigo Testamento podemos encontrar dois tipos de leis: aquelas que estabeleceram princípios gerais para a vida dentro da comunidade e os Dez Mandamentos, que definem o aspecto central da aliança de Deus.
O judaísmo, nos dias do Novo Testamento, foi dividido em vários grupos: fariseus, saduceus, fanáticos, estoes e herodes. A marca religiosa dos Saduceus era seu conservadorismo. Eles negaram a validade permanente de qualquer lei que não fosse parte dos escritos do Pentateuco. É por isso que deram menos autoridade aos profetas. Por outro lado, os fariseus aceitaram a autoridade de todo o Antigo Testamento. Eles estavam abertos a aceitar novas ideias e adaptar a lei (oral, não escrita) a novas situações.
Jesus inaugurou uma nova era. Jesus mudou a forma como entendemos a lei. Ele passou de uma abordagem puramente externa e legalista para uma que buscava o significado espiritual da lei. Jesus resumiu toda a lei e o ensino dos profetas em dois mandamentos: amor a Deus e amor ao próximo (Mateus 22:36-40; Romanos 13:8; Gálatas 5:13).
”… não para abolir, mas para cumprir” (Mateus 5:17)
A principal crítica que Jesus enfrentou foi que ele violou os mandamentos da Torá, especialmente a sabatina. Com o tempo, os rabinos inventaram uma infinidade de leis para que ninguém quebrasse o quarto mandamento. Os fariseus tinham planejado uma casuística muito meticulosa na qual regulavam até mesmo os casos mais extravagantes. Com rigor inflexível, eles regulamentaram até mesmo os detalhes mais insignificantes da vida privada, familiar e pública. Isso, por sua vez, levou à invenção de subterfúgios engenhosos, que violaram o espírito da lei, mas satisfizeram as prescrições legais. Jesus observou o sábado como um dia de adoração nas sinagogas, mas como o resto dos detalhes não foram obedecidos, então o conflito surgiu (Mateus 12:12). É por isso que, aos olhos dos líderes, ele era um hipócrita.
Cumprir a Lei é fazer o que as Escrituras apontam, e foi isso que Jesus fez. Mas o cumprimento da lei não significa sua abolição; continua sendo totalmente autoritário e requer o pleno respeito do discípulo (vs.18, 19). No entanto, a questão permanece sobre como seu papel muda e como essa mudança afeta o discípulo considerando o fato de que Jesus cumpriu. O verbo que se traduz em “cumprir” literalmente significa “encher”. Os ditados e ações de Jesus não eram revogações do acima, mas expansão e culminação deles: “Então todas as coisas que você quer que os homens façam com você, assim como você com eles, pois esta é a Lei e os profetas” (Mateus 7:12). “Ame, o Senhor, seu Deus… Ame seu próximo… Nestes dois mandamentos dependem de toda a lei e dos profetas” (Mateus 22:37-40).
Seis exemplos de cumprimento da lei e os profetas
Nas Bem-aventuranças observamos uma completa mudança de ênfase do comportamento externo e visivelmente direcionado para uma análise da disposição mental, motivos e intenções. Estas são as realidades da vida. O que Jesus cita em cada caso parece vir da Lei do Mosaico. As três primeiras declarações vêm dos Dez Mandamentos: 6, 10 e 7. Assim, em todos esses exemplos, uma observação superficial da letra da lei rendeu o local a uma busca radical pela verdadeira vontade de Deus. Isso vai além de uma interpretação literal da lei e, na verdade, em alguns casos, a deixa de lado, pois a autoridade soberana de Jesus (mas digo-lhe) revela uma escala alternativa e radical de valores em que o discipulado deve estar envolvido. Surpreendentemente, mas muito apropriadamente, essa nova escala de valores é resumida no verso final: “Seja, portanto, perfeito, como seu Pai no céu é perfeito.” O legalismo está muito atrasado e a lei foi “cumprida”.
sobre… |
referência |
comentário |
nomeação |
a ira |
Mateus 5:21-26 |
Podemos difamar o caráter de alguém, menosprezar uma pessoa, caluniá-la, e espalhar rumores malévolos, e ao fazê-lo, estamos quebrando este mandamento. |
Levítico 19:17 avisa: “não aborreceras seu irmão em seu coração.” |
adultério |
Mateus 5:27-30 |
Vivemos em um mundo cheio de imagens sexuais: publicidade, revistas, cinema, televisão, moda… Embora a imaginação enriqueça a qualidade de vida, ela deve ser usada de forma responsável. Com os olhos é muito fácil abrir as comportas da paixão. |
Jó 31:1 “Eu fiz um pacto com meus olhos, como, então, eu deveria olhar para uma virgem?” |
divórcio |
Mateus 5:31-32 |
Na situação confusa atual, ao lidar com questões relacionadas ao casamento, divórcio e recasamento com convertidos e membros arrependidos, muitas vezes são forçados a aceitar a nova situação que surgiu. Jesus reafirma o propósito original de Deus para a permanência do casamento. Diante desse cenário, há uma necessidade urgente na igreja cristã de ensinar aos noivos o profundo significado espiritual do casamento, bem como incentivar a prática da reconciliação em tempos de conflito. |
Efésias 5:21, 25 ”Submeter-se uns aos outros no medo de Deus… Maridos, amem suas esposas…” …” |
os juramentos |
Mateus 5:33-37 |
Uma votação é obrigatória, independentemente da fórmula que a acompanha. A verdadeira implicação da Lei é que temos que manter nossas promessas e ser pessoas de nossa palavra. O terceiro Mandamento fala muito claramente:”Vos deve não tomar o nome do Senhor teu Deus em vão.” (Êxodo) 20:7). Blasfêmia é difamar o nome de Deus e seu filho Jesus Cristo. |
Mateus 5:37 ”Mas seja seu para falar: Sim, sim” ou “Não, não”, para o que é mais disso, do mal prossegue.” |
vingança |
Mateus 5:38-42 |
O princípio de olho por olho pertence aos tribunais de justiça. Na vida pessoal devemos nos livrar não só de toda vingança em palavra ou ação, mas de cada desejo perverso do espírito. Jesus exige uma atitude generosa que não só se recusa a desquitear e despeito, mas não resiste, mesmo que legalmente permitida. É essa atitude que subordina os direitos pessoais em benefício dos outros. |
Quando eles nos baterem na cara – vire o outro lado também. A ferida na bochecha direita é o resultado de um golpe na parte de trás da mão – um golpe insultante. Quando formos acusados perante a lei – deixe o manto também. O manto foi protegido do confisco por Êxodo 22:25-27. Quando nos pedirem nosso serviço – vá com ele dois –. Era direito do soldado romano recrutar um carregador civil. Quando nos pedirem dinheiro – dê-o –. A lei diz: ”Quando há um pobre… você vai endurecer seu coração… e t deve emprestar-lhe o que ele realmente precisa…” (Deuteronômo 15:7, 8, 10) |
amor de inimigos |
Mateus 5:43-47 |
Ele estendeu sua demanda para amar até mesmo inimigos e perseguidores (Mateus 5:44; Lucas 6:27). Essa nova atitude está longe de ser um simples sentimentalismo utópico, pois deve manifestar-se na forma de ajuda prática para aqueles que precisam (Lucas 10:33); nem é uma virtude superficial, pois exige uma resposta fundamental do coração (1 Coríntios 13). |
Lucas 10:25-37 ”Vá e faça o mesmo.” |
Os padrões perfeitos de Cristo são contrários às reações naturais. O Sermão no Monte ecoa os profetas. O Velho Testamento também profetizou essas coisas, como diz em Isaías 32:17: “O efeito da justiça será a paz e o trabalho de justiça, descanso e segurança para sempre.”
Ponto de reflexão
À medida que a vida se resume a aprender a amar, Deus quer que valorizemos as relações e nos encorajemos a mantê-las. Infelizmente, surgem conflitos. Aqui estão quatro fontes de conflito. Escrevam o que pensam um ao lado do outro.
Conflitos dentro de mim |
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Conflitos com outros |
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Conflitos devido a condenações |
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Conflitos entre autoridade e responsabilidade |
O que caracteriza os verdadeiros cristãos é sua ânsia de imitar o Pai e não o mundo. Um propósito de nossa vida na Terra é se relacionar com outras pessoas. Mas nesse ambiente nada é perfeito e, em muitos casos, surgem diferenças. Neste contexto, como podemos resolver conflitos? Alguém sugeriu que a principal causa do conflito é que não queremos perder a dignidade.
Surpreendentemente, mas apropriadamente, todo o ensino é resumido no verso final: ”Seja, portanto, perfeito, pois seu Pai que está no céu é perfeito.” (Mateus 5:48). Com isso, o legalismo ficou muito para trás e a lei tem sido “Vamos aprender a perdoar! [/vc_column_text][/vc_column]