1 de Abril de 2020

Dado o momento em que vivemos, é impossível não pensar na Páscoa de Israel no Egito.

Se você não leu Êxodo 12,leia agora. E se você está trancado em sua casa agora e tem tempo, leia Êxodo do Capítulo 1.

Fomos chamados para nos refugiar em nossas casas de uma morte invisível que anda pelas ruas. Assim como as pragas no Egito fizeram há 3500 anos, em poucos meses derrubou tantos deuses deste mundo: grandes empresas estão em colapso, os mercados estão caindo, o esporte foi suspenso. De que adianta a beleza quando nem nos vemos mais? Roupas de marca, joias e todos os símbolos de riqueza agora quem se importa? Aquelas pessoas que antes pareciam tão altas e fortes para nós agora são simplesmente estatuetas insignificantes em nossas telas – se sequer as vemos ou ouvimos.

Dentro de nossas casas, com portas fechadas, tentamos proteger nossas vidas e a vida das pessoas que mais amamos. Somos Noé dentro da arca, Rahab em sua casa na parede de Jericó – fazendo todo o possível para nos salvar com nossas famílias. Somos o povo de Israel, reunidos a portas fechadas, pedindo a Deus para não ser mortal.

Neste momento de crise, lembre-se que naquela noite Deus havia dito ao seu povo que para se salvar não era apenas essencial estar dentro de suas casas – sua verdadeira proteção não era a porta fechada, mas ter pintado os postes e a linha de suas portas com o sangue do cordeiro perfeito.

Em Apocalipse João fala do “cordeiro que foi morto desde o início do mundo” (Apocalipse13:8). O que esta frase se refere é que mesmo antes de Deus pronunciar as palavras “ser a luz” em Gênesis 1 toda a criação, toda a história, apontou para o Cristo que viria. Cristo não veio como uma reação subsequente de Deus a um propósito frustrado pelo pecado de Adão – Cristo sempre foi o fim e o propósito da criação. E através dos milênios Deus colocou muitos sinais e marcadores claramente apontando para ele.

As pragas no Egito foram dadas para levar o povo de Deus à salvação que os esperava pela frente. A praga que vivemos agora neste tempo não sabemos ao certo por que está acontecendo ou como colocá-la dentro dos planos de Deus para o mundo. O que sabemos é que hoje, neste momento, a peste nos trancou em nossas casas.

E este é o momento de refletir se estamos na “casa” em que realmente seremos salvos… não só desta morte, mas de todos. Pois se pela graça de Deus escaparmos deste momento e voltarmos para a rua para retomar nossas tarefas e ocupações, cedo ou tarde a morte nos encontrará.

Cedo ou tarde a morte nos encontrará… a menos que tenhamos nos refugiado na casa protegida pelo sangue do sacrifício perfeito de Deus. Obviamente não nos referimos mais a uma “casa” no sentido literal e físico, mas, como diz o escritor de Hebreus, à “casa de Deus” que é a família de Deus, aos filhos e filhas que se juntaram a Ele sob a proteção do sangue do cordeiro(Hebreus 3).  

Na Páscoa temos um dos presságios mais claros do verdadeiro cordeiro que viria para a salvação de todo o mundo. Agora, no nosso momento, a única pergunta que importa é a seguinte: estou dentro da casa de Deus?